Carcaças na Pecuária: Como Transformar um Passivo em Solução Sustentável

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Na notícia de hoje, trazemos um depoimento muito interessante sobre a destinação de animais mortos, especialmente bovinos e equinos. Para isso, tivemos uma conversa com a Gestora Ambiental pela Universidade Federal de Pelotas e Mestra (Msc.) em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais pela Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM/UFPEL) Marizane da Fonseca Duarte Bonow, que tem se dedicado ao tema e que traz uma visão prática e científica sobre os desafios e possibilidades da compostagem como alternativa sustentável. A seguir, você confere o relato completo dessa experiência. 

“ A destinação de animais mortos, especialmente equinos e bovinos é um tema que tem me interessado desde a graduação em Gestão Ambiental na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL - @nucleo_gapa.ufpel), quando desenvolvi meu Trabalho de Conclusão de Curso e um dos meus estágios nesta temática.  Uma vez que a UFPEL possui um custo elevado com a destinação de animais mortos no Hospital de Clínicas Veterinárias, iniciamos estudos acerca da implementação da compostagem, como alternativa para o tratamento e destinação das carcaças de equinos. Neste estudo, obtivemos resultados promissores (que podem ser acessados na Revista Brasileira de Medicina +Equina).  Recentemente, com orientação do Prof. Dr. Mário Duarte Canever e coorientação da Prof. Dra. Fernanda Medeiros Gonçalves, dediquei meu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais (Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/UFPEL) como forma de identificar as principais barreiras e facilitadores para a compostagem de bovinos mortos nos Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPE) presentes no território gaúcho.  

Embora a compostagem de carcaças de bovinos e equinos seja amplamente recomendada por pesquisadores de países como Canadá, Estados Unidos e China, no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul - RS, trata-se de uma técnica pouco conhecida.  

Desde 2019, o Brasil possui uma Instrução Normativa que regulamenta o recolhimento, transporte, processamento e destinação de animais mortos e resíduos da produção pecuária (Brasil, 2019). Porém, o Rio Grande do Sul, não obstante seja o primeiro estado do País a regulamentar e informatizar o processo de Documento de Trânsito de Animais Mortos não abatidos com a Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA-RS), possui apenas uma empresa cadastrada para prestar o serviço de recolhimento, processamento e destinação destes animais.  

Nos Estabelecimentos de Pré-Embarque a destinação é feita levando os animais mortos para câmaras mortuárias, localizadas nas dependências de cada EPE, conforme exigido pelo órgão ambiental do Estado. Na região Sul do RS (onde desenvolvi a pesquisa), não é disponibilizado o serviço de recolhimento dos animais mortos para os produtores rurais. Por consequência, estes acabam por dar destino aos animais conforme as suas condições e cultura. Entretanto, como muitos produtores, técnicos e legisladores desconhecem o processo de compostagem, em alguns municípios o enterro ainda é estimulado. Esta praxe pode causar a contaminação do solo e da água, as medidas de prevenção não forem adotadas.  

Os resultados obtidos na pesquisa corroboram que, o desconhecimento do processo de compostagem de carcaças animais, é uma das principais barreiras para o desenvolvimento correto da técnica e produção de um composto seguro. Dessa forma, a existência de Unidades de Compostagem é um dos principais facilitadores para a correta destinação dos animais mortos, desde que estas se adequem às exigências para implementação da IN nº 48/2019.  

 O desenvolvimento de pesquisas relativas ao manejo da compostagem e ao monitoramento dos parâmetros de qualidade e segurança, assim como o período de exposição às altas temperaturas são fundamentais de serem realizados nas condições ambientais presentes do Estado. Isto porque, é necessário comprovar a eliminação de patógenos e de material de risco específico (MRE) pela compostagem, o que já é relatado por pesquisadores de alguns países com características climáticas e operacionais distintas daqui.  

Espera-se que unindo-se os órgãos oficiais, instituições de pesquisa, produtores rurais e empresários do setor de resíduos, possam desenvolver-se protocolos técnicos de compostagem eficientes, seguros e sustentáveis para a destinação dos animais mortos.” 

Na BDS Consultoria Ambiental, auxiliamos com o licenciamento ambiental da atividade de compostagem bem como o atendimento a IN nº 48/2019. Entre em contato pelo @bds_ambiental, visite ou fale conosco pelo nosso contato direto via WhatsApp (54) 9 9942-4030 . 

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